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A maturidade e a nova demografia

A chegada da terceira idade, muitas vezes, vem acompanhada do conceito de maturidade. Entretanto, segundo a psicóloga escolar Mara Weber, essa condição nem sempre está atrelada à idade, mas sim, à autonomia em lidar com questões emocionais, sociais e culturais. “Isso tudo associado ao contexto onde está inserido”, disse a especialista. Para Ana Maria Nogales, doutora em demografia, no entanto, Brasília não está entrando em sua maturidade, ainda que esteja cada vez mais consolidada e prestes a enfrentar grandes transformações de adaptação ao segmento mais velho - e cada vez maior - da população.  

Atualmente, a capital do país vive um momento denominado como “bônus demográfico”, segundo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). O que significa um número maior de pessoas em idade ativa (entre 15 e 64 anos) em relação à população dependente. 

Para o estudioso e demógrafo Cauan Braga, é de extrema necessidade que Brasília aproveite esses dez anos finais da janela de oportunidade demográfica para que se invista, principalmente, na população jovem, já que em breve essa parcela será a base da economia brasiliense.

Brasília deve estar atenta para alguns fatores como a questão do desemprego e das políticas públicas voltadas aos jovens, visto que há uma dificuldade maior por parte desse grupo em se colocar no mercado de trabalho. A população do DF é muito mais jovem se comparada com a média das cidades brasileiras. 

Entretanto, dentro do próprio território, é possível identificar uma grande diferença de faixas etárias presentes nas Regiões Administrativas. Segundo Nogales, Ceilândia e Planaltina já vivem uma realidade distinta por possuírem populações essencialmente envelhecidas, “pensando nas cidades amigas da pessoa idosa, estaremos garantindo qualidade de vida para todas as idades”, ressalta a demógrafa.

De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) de 2018, realizada pela Codeplan, 72,56% da população do Distrito Federal está em idade ativa. Com o passar dos anos, novos desafios surgem e a necessidade de pensar em como se quer envelhecer aparece. Para Ana Maria Nogales, os jovens são a população do nosso futuro e a educação é fundamental para eles. “Para aproveitar esse bônus demográfico, temos que investir em creches, boas escolas e formação da juventude”, explicou Nogales. 

Dados da Codeplan demonstram o quão diversa é a formação da capital do Brasil e ajudam a compreender melhor o cenário atual e futuro de Brasília. Segundo a Companhia, atualmente a cada 100 pessoas em idade economicamente ativa existem 45 dependentes, sendo que neste último número se encontram pessoas com menos de 15 anos e idosos. 

É nítida a mudança a ser enfrentada pela cidade. A redução dos níveis de fecundidade e o aumento da esperança de vida, o que faz com que o número exista um menor de crianças e jovens dependentes, e que o percentual de idosos aumente, desembocando assim em uma relação de dependência ainda maior: cerca de 52 dependentes a cada 100 pessoas em condição de trabalho.

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